sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Mudanças climáticas colocam em perigo tesouros arqueológicos

DA FRANCE PRESSE
A desertificação, o degelo, o aumento das chuvas torrenciais e dos furacões como consequência das mudanças climáticas podem destruir diversos tesouros arqueológicos, como templos maias, alertaram especialistas.
Múmias decompostas na Sibéria, pirâmides enterradas na areia no Sudão, templos maias que implodem: as mudanças climáticas podem destruir vários tesouros arqueológicos, mas também revelar novas descobertas, como Oetzi, o "homem do gelo" encontrado em 1991 em uma geleira nos Alpes.
O degelo, por exemplo, ameaça vestígios de kurgans, tumbas da época dos Escitas, na Ásia Central, garantiu Henri-Paul Francfort, que chefia uma missão francesa nesta região para estudar os restos desta civilização nômade nas montanhas de Altai, na Sibéria.

Franco Rollo/University of Camerino/AFP
Oetzi, "homem do gelo" encontrado em geleira nos Alpes; mudança climática ameaça tesouros arqueológicos
Oetzi, "homem do gelo" encontrado em geleira nos Alpes; mudança climática ameaça tesouros arqueológicos
"O permafrost, camada de terra constantemente gelada que os conservou até agora, derrete e ameaça decompor os corpos mumificados, tatuados, enterrados com cavalos sacrificados, peles, objetos de madeira, vestuário", explicou o especialista.
"Se não nos anteciparmos, logo será muito tarde", alertou o arqueólogo, que confirmou um degelo muito importante no Ártico em 2010.
O aquecimento, entretanto, pode ter o efeito contrário. No Tirol italiano, "é, sem dúvida, a retração de uma geleira que permitiu descobrir um dia o Oetzi, um guerreiro de 5.300 anos atrás. O derretimento das geleiras, especialmente na Noruega, frequentemente traz à tona outros vestígios", justificou.
Outro motivo de inquietação é o aumento do nível dos mares. Segundo os últimos dados dos cientistas, o nível da água subirá um metro até 2100, ameaçando regiões costeiras inteiras.
"A elevação das águas em certas ilhas do Pacífico provocará inevitavelmente a destruição dessas zonas costeiras. Na Tanzânia, a erosão marítima destruiu um muro do forte de Kilma, construído pelos portugueses em 1505", relatou Francfort.
Em Bangladesh, a cidade de Panam-Sonargaon, centro do reino de Bengala do século 15 ao 19 e um dos cem locais ameaçados pela Unesco, é frequentemente inundada pela elevação do nível das águas.
A multiplicação de fenômenos climáticos extremos, "especialmente os ciclones com cargas de água excepcionais que caem em tempo recorde", preocupa também os arqueólogos, segundo Dominique Michelet, especialista francês em arqueologia da América.
Michelet citou os casos de Chan Chan, do antigo reino chimú, e a maior cidade da América pré-colombiana (Peru), castigada pelas inundações provocadas pelo fenômeno El Niño, e o do templo maia de Tabasqueno (México), destruído pelos furacões Opalo e Rozana em 1995, mas restaurado posteriormente.
"Os arqueólogos estabilizaram o templo principal, mas os edifícios encheram de água e implodiram", explicou.
Vincent Charpentier, no Instituto Francês de Pesquisas Arqueológicas Preventivas (INRAP), especialista em zonas costeiras, confirmou esta ameaça.
"No sultanato de Omã, os ciclones Gonu, em 2007, e Phet, no verão passado (do hemisfério norte), enterraram na areia locais de 5.000 a 6.000 anos antes de nossa era", contou.
A areia é um dos piores inimigos dos vestígios antigos, especialmente nos desertos. No Sudão, as dunas que rodeavam a cidade de Meroe, capital do reino de Nubia (do século 3 a.C ao 4 d.C), atacaram as pirâmides e as enterraram.
Michelet jugou "indispensável um trabalho de alerta que deve ir além de um inventário dos locais ameaçados catalogado pela Unesco".
 Fonte: Folha Ambiente

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Pesquisadores confirmam novo tipo de dinossauro que viveu na Coreia do Sul

  • Fóssil do Koreaceratops, encontrado na Coreia do Sul Fóssil do Koreaceratops, encontrado na Coreia do Sul
Seul, 7 dez (EFE).- Uma equipe internacional de pesquisadores confirmou nesta terça-feira que vários ossos achados em 2008 na Coreia do Sul pertencem a um tipo de dinossauro da família dos ceratopsianos até agora desconhecido, que viveu na região há 103 milhões de anos.

O dinossauro, herbívoro e pertencente ao período Cretáceo Inferior, foi batizado de Koreaceratops em homenagem ao seu país de origem pelos pesquisadores sul-coreanos, japoneses e americanos que integram a equipe, informou a agência local "Yonhap".

Os restos do novo dinossauro foram descobertos por acaso por um trabalhador da cidade sul-coreana de Hwaseong, na província de Gyeonggi, em uma rocha que continha ossos do quadril e da cauda.

Os ceratopsianos foram dinossauros herbívoros com protuberâncias ósseas e bicos parecidos com os das aves que viveram especialmente nos Estados Unidos mas cujos fósseis também foram encontrados na Mongólia, China e Japão.

Segundo os resultados da pesquisa, publicados na revista científica alemã "Naturwissenschaften", este dinossauro foi um bípede com cerca de um metro e meio de longitude e com vida semiaquática.

O Koreaceratops, relativamente pequeno, usava sua cauda plana para se movimentar na água.

A descoberta deste novo tipo de dinossauro respalda a teoria de que os ceratopsianos eram originais da Ásia, mas no período Cretáceo chegaram a seu apogeu no que hoje é a América do Norte.
Fonte: UOL Ciência e Saúde